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Porto Seguro: resultado do primeiro semestre será menos impactado pela pandemia

    A Porto Seguro divulgou hoje os seus resultados do primeiro trimestre de 2020. Em comparação com mesmo período do ano passado, a empresa registrou um aumento de 52% no resultado operacional. A operação de seguros teve resultado operacional positivo de 33%. O resultado financeiro foi comprometido por conta da queda do valor dos investimentos em renda variável.

    Ainda assim, alguns resultados positivos devem-se à diversificação dos negócios da companhia. Apesar da Porto Seguro ter 55% do seu faturamento proveniente da carteira de automóveis, o lucro desta carteira chegou a 30% do mix. Outros negócios cresceram mais em prêmios, como seguros de saúde, com 19,6% de crescimento, vida, com 12,3%, 20% com cartões de crédito e 29,6% em riscos financeiros.

    Celso Damadi, vice-presidente de Finanças, Controladoria, Investimento e Planejamento da Porto Seguro, reconhece que a seguradora apresentou melhores resultados em outras carteiras por conta da menor concorrência e por elas apresentarem resultados operacionais melhores. "É a mágica da diversificação".

    Ele acredita que o segundo trimestre ainda trará bons resultados para a Porto Seguro, alavancados pela queda da sinistralidade do seguro de automóveis e pelo aumento das vendas do seguro saúde. "Estas carteiras foram beneficiadas no curto prazo, porque o isolamento fez as pessoas ficarem mais em casa, diminuindo o risco para os automóveis, e também deixam adiam a realização de procedimentos eletivos". Entretanto, o executivo alerta para o fato de que a queda das vendas de veículos zero quilômetro foi brutal e que os procedimentos eletivos serão realizados ao término do isolamento. Portanto: uma hora esta conta vai chegar.

    Damadi é cauteloso para falar sobre o futuro. "Apenas após o final do isolamento será possível fazer alguma previsão", declara. Mesmo esperando que haja uma recuperação da renda variável, ainda não é possível saber o que virá pela frente, porque tudo irá depender de como a economia voltará a crescer.

    Sobre o resultado da companhia

    O índice combinado de seguros atingiu 94,1% no 1T20, uma melhora de 1,1 p.p. em comparação com o 1T19, decorrente da melhora nos índices de sinistralidade, despesas administrativas e operacionais. O índice de despesas administrativas e operacionais trimestral recuou 0,5 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. O patamar atual representa o melhor índice para um primeiro trimestre em mais de 10 anos, resultado da realização de investimentos em tecnologia combinados com o foco em melhorias e automatização de processos. A sinistralidade total recuou 1,5 p.p., explicado principalmente pela melhora de 1,9 p.p. na sinistralidade do Auto, beneficiada pela redução das frequências de sinistros.

    Nos Negócios Financeiros e Serviços, as receitas trimestrais cresceram 15,4% (vs. 1T19), enquanto o aumento das despesas foi de 2,0% no período. Esse desempenho é explicado tanto pela consistência dos Negócios Financeiros quanto pela melhora de Serviços, alinhados à estratégia de diversificação dos negócios adotada pela companhia.

    As aplicações financeiras foram impactadas pela queda no preço dos ativos de renda variável, reflexo de uma das maiores e mais rápidas quedas na história da bolsa, afetada pelos efeitos decorrentes da pandemia Covid-19. Ainda assim, mesmo com o retorno negativo das alocações em ações, o resultado das aplicações (excluindo Previdência) foi positivo em R$ 23,5 milhões, correspondendo a um retorno de 0,3% (29,3% do CDI). O resultado financeiro total foi R$ -1,5 milhão no trimestre.

    O lucro líquido atingiu R$ 228 milhões no trimestre (-23,8% vs. 1T19) resultando num ROAE de 12,3 no período. Excluindo o efeito do excesso de capital e considerando uma remuneração de 100% do CDI para os investimentos, a rentabilidade dos negócios da empresa seria de 19,4% no trimestre.

    Principais destaques 1T20
    Receita Total: 4,5 bilhões (+3,7% vs. 1T19)
    Prêmios Emitidos: R$ 3,7 bilhões (+2,3% vs. 1T19)
    Receita Negócios Financeiros e Serviços: R$ 715 milhões (+15,4% vs. 1T19)
    Resultado Financeiro: R$ -1,5 milhão (-100,6% vs. 1T19)
    Índice Combinado: 94,1% (-1,1 p.p. vs. 1T19)
    Lucro Líquido: R$ 228 milhões (-23,8% vs. 1T19)



    Kelly Lubiato - Revista Apólice

    Brasil

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